Um pouco mais sobre o que rolou no Festival Meskla (2025)
- Lorena Rafaela
- há 1 dia
- 3 min de leitura
A cenografia do Festival Meskla 2025 foi pensada para dialogar diretamente com a estética das periferias urbanas, trazendo elementos que fazem parte do cotidiano das quebradas como muros pichados, postes de luz e telhados improvisados. Esses detalhes criaram não apenas um cenário visualmente impactante, mas também uma conexão afetiva com o público, que se sentiu representado e valorizado dentro do espaço.

O Festival utilizou a arquitetura como elemento essencial para criar uma experiência imersiva. Realizado na Arena BRB Mané Garrincha, o evento contou com dois palcos principais, estrategicamente posicionados para permitir uma transição fluida entre as apresentações, sem interrupções e evitando assim atrasos nos shows. Essa configuração também facilitou a circulação do público e garantiu visibilidade e acessibilidade a todas as atrações.
A arquitetura dos palcos explorou formas geométricas angulares, painéis de LED de grandes proporções e projeções mapeadas, que criavam camadas visuais dinâmicas. A estrutura metálica aparente, aliada a elementos de cenografia urbana — como grafites digitais e estruturas que remetem a prédios e becos .
Além da parte estética, a preocupação com sustentabilidade também esteve presente. As estruturas foram construídas com materiais reaproveitáveis e iluminação de baixo consumo energético, além de pontos de coleta seletiva espalhados por todo o evento. Essa escolha demonstra que o festival não se limita a ser apenas um espaço de diversão, mas também de conscientização ambiental e social.
A experiência sensorial foi ampliada com instalações interativas, onde o público podia participar de atividades ligadas à cultura urbana, como oficinas de grafite, customização de roupas e workshops de produção musical. Esses espaços foram fundamentais para estimular a criatividade dos participantes e criar um ambiente colaborativo, onde o protagonismo era compartilhado entre artistas e público.
A diversidade também se refletiu na gastronomia do evento, que trouxe food trucks e barracas com cardápios variados, incluindo comidas típicas das periferias brasileiras, opções veganas e alternativas internacionais. Isto contribuiu para transformar o festival em um espaço inclusivo, acolhedor e plural para que os visitantes aproveitassem.
O Meskla 2025 consolidou-se não apenas como um festival de música, mas como um verdadeiro encontro de culturas, linguagens e expressões periféricas. Ao valorizar tanto os grandes nomes do cenário nacional quanto os talentos locais e ao unir música, arte, esporte e sustentabilidade, o evento reafirma seu compromisso com a democratização da cultura e o fortalecimento da cena urbana em Brasília. Mais do que um festival, o Meskla se torna um movimento que ecoa nas ruas, nas rimas e nas vozes de quem constrói a cultura todos os dias.

A divisão dos palcos foi pensada para acomodar a diversidade de estilos musicais presentes no festival, que teve shows de rap, trap e funk, além de valorizar tanto artistas nacionais renomados quanto talentos locais. Entre os destaques estiveram Mano Brown, Djonga, MC Cabelinho, Duquesa, Orochi, Chefin, Kayblack, MC Hariel, TZ da Coronel, Veigh e Yunk Vino. Artistas da cena local, como Negra Flow, Negritah, DJ Kathleen e Isa Marques, também se apresentaram, reforçando o compromisso do evento com o apoio aos artistas locais.
Além dos shows, o festival ofereceu outras atrações, como a Batalha de Rima, com MCs locais se enfrentando em duelos de improviso, cuja final ocorreu nos palcos principais. Houve também um Skate Park, dedicado ao esporte, e a Galeria Urbana, com exposições de arte urbana, também com artistas locais.
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